Sintegração
Incialmente, se faz necessária a conceituação das linhas de raciocínio finalísticas, causalísticas e programáticas. A primeira refere-se a uma forma de entendimento voltada principalmente para a visão religiosa e pelas crenças no geral. A ideia de que algo acontece por que deve acontecer ou por que já estava escrito/destinado é um exemplo dessa linha de pensamento que se mostra muito presente na atualidade como também nas épocas antigas com foco a idade média onde a religiosidade era a principal ideologia. A segunda aborda que os acontecimentos presentes baseiam-se em causas passadas, seguindo o pensamento de Newton onde toda ação tem uma reação e vice-versa. Essa tipologia também se faz muito presente atualmente e evidencia-se na constante acusação do passado pelas mazelas ou alegrias do presente. Por fim, a visão programática quebra qualquer padrão já imposto com sua ideologia ocasional, em que os fatos ocorrem de maneira "aleatória" e ao acaso, não se prendendo ao passado e nem ao futuro, mas ao presente em questão.
Fazendo uma ponte ao anteriormente citado, foram discutidos os conceitos de virtual e digital. Aparentemente as duas palavras designam o mesmo conceito, porém possuem significados distintos que devem ser levados em conta ao se pensar no nosso entorno. O digital é o meio onde se idealiza algo que não potencializa mudanças e não carece da participação humana. As edificações, Por exemplo, dizem, vivem e existem por si só independente da frequentação. As obras de arte, com destaque as esculturas, exemplificam muito esse meio pois se baseiam nelas mesmas e inibem qualquer interação. O virtual, por sua vez, traduz-se em permitir movimentação. Este último se sujeita a mudanças e necessita de participação humana para a sua existência. Um exemplo é o Familistério de Godin, que promoveu inúmeras mudanças durante a ocupação de seus ambientes.
O meio digital não é necessariamente virtual, podendo ser, e favorece muito o meio virtual. A visão programática e o meio virtual se complementam pois os dois abrem portas a mudanças contínuas, não se concretam de início e dependem das vivências. Para a completude na criação de um ambiente é importante que se pense na ideia programática e virtual afinal, além de feitos para embelezar o meio, as edificações são geralmente feitas para o ser humana e como este, sente deve estar aberta a mudanças. A interação humana nas criações tanto como a adequação das mesmas a forma de vivencia-las é muito importante. Explorar a interatividade amplia a utilização e ocupação dos ambientes propiciando trocas diversas.
Para corresponder as necessidades humanas, são criados objetos diversos constantemente de várias formas, tipos e atribuições. Entre eles, existem os objetos que são conceituáveis, possuem utilidade e forma bem definida. Os quase-objetos são representações de objetos reais cuja funcionalidade foi aletrada como por exemplo a fonte de Ducham e os Não-objetos não possuem utilidade ou representação, apenas se apresentam por si só. A utilização dos objetos se faz necessária para a manutenção da vida humana, porém sua utilização em grande escala em projetos arquitônicos, por exemplo, pode gerar uma poluição visual ou até mesmo impedimento de uso ou funcionalidade.
Dessa forma, ao se projetar um ambiente, deve-se pensar na sua ocasionalidade, na sua mobilidade e na sua utilização visando sempre possíveis eventualidades, a mudança necessária e a correspondência as necessidades dos utilizadores em questão.
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